Não se assuste com tantos devaneios:
o menino, chora, escreve, mutila
--ápice do estado calmo nevoeiro
que de tão espesso, a alma não ventila.
Stopped...
Mas não foi só o carro que parou.
Daniel Rodrigues Guimarães
(Daniel Rodrigues Guimarães)
E agora, Seiya?
A armadura quebrou,
O sangue expiou,
O dente rachou,
O cosmo se acalmou,
E agora, Seiya?
Você que a ama,
Que a protege,
Você que a guarda
de todos os males?
E agora, Seiya?
Está sem mulher,
Está sem forças,
Está sem desejo,
Já não pode sorrir,
Já não pode se levantar,
Olhar já não pode,
E agora, Seiya?
Se você batesse,
Se você esperneasse,
Se você espancasse,
Se você tocasse
O canto de Orfeu,
Se você chorasse,
Se você matasse,
Se você morresse...
Mas você não morre,
Você é duro, Seiya!
Que levou,
Que foi varado,
Estrangulado,
Espancado,
Mutilado,
Mil litros de sangue,
Você,que tomou
No meio do peito,
Atravessado,
O tridente de Deus,
A espada de Deus,
Até a morte...
Mas você não morre,
Você é um filho da mãe
Desgraçado, Seiya.
E agora, Seiya?
Pode o universo,
Explodir, implodir,
Destroçar, queimar,
Evaporar, extinguir!
Mas você fica,
De boa, Seiya,
Sozinho no escuro,
Qual ser-nenhum,
Sem ar,
Sem armadura
Para se proteger,
Sem asa dura
Que voe a jato,
Você sobrevive, Seiya!
Seiya, por quê?
Por que você
não MORRE SEIYA!?!
Daniel Rodrigues Guimarães
No meio-caminho
No meio do caminho
Tinha um quintana.
Em meio ao caminho
Tinha um bandeira.
Ao longo do caminho
Tinha alguém com Toquinho.
Antes, no começo do caminho
Tinha uma pedra,
No meio do caminho.
Em uns caminhos,
Sem bandeiras, sem quintanas,
Sem morais e sem vitrais:
Esses não foram caminhos
Porque...
Apareceu uma pedra no meio do caminho.
Daniel Rodrigues Guimarães