sábado, 17 de maio de 2008


Seiya



E agora, Seiya?

A armadura quebrou,

O sangue expiou,

O dente rachou,

O cosmo se acalmou,

E agora, Seiya?

E agora, você?

Você que a ama,

Que a protege,

Você que a guarda

de todos os males?

E agora, Seiya?


Está sem mulher,

Está sem forças,

Está sem desejo,

Já não pode sorrir,

Já não pode se levantar,

Olhar já não pode,

E agora, Seiya?


Se você batesse,

Se você esperneasse,

Se você espancasse,

Se você tocasse

O canto de Orfeu,

Se você chorasse,

Se você matasse,

Se você morresse...

Mas você não morre,

Você é duro, Seiya!


Você, Seiya,

Que levou,

Que foi varado,

Estrangulado,

Espancado,

Mutilado,

Mil litros de sangue,

Você,que tomou

No meio do peito,

Atravessado,

O tridente de Deus,

A espada de Deus,

Até a morte...

Mas você não morre,

Você é um filho da mãe

Desgraçado, Seiya.



E agora, Seiya?

Pode o universo,

Explodir, implodir,

Destroçar, queimar,

Evaporar, extinguir!

Mas você fica,

De boa, Seiya,

Sozinho no escuro,

Qual ser-nenhum,

Sem ar,

Sem armadura

Para se proteger,

Sem asa dura

Que voe a jato,

Você sobrevive, Seiya!

Seiya, por quê?

Por que você

não MORRE SEIYA!?!




Daniel Rodrigues Guimarães

quinta-feira, 1 de maio de 2008

No meio-caminho




No meio do caminho

Tinha um quintana.


Em meio ao caminho

Tinha um bandeira.


Ao longo do caminho

Tinha alguém com Toquinho.


Antes, no começo do caminho

Tinha uma pedra,

No meio do caminho.


Em uns caminhos,

Sem bandeiras, sem quintanas,

Sem morais e sem vitrais:

Esses não foram caminhos

Porque...

Apareceu uma pedra no meio do caminho.




Daniel Rodrigues Guimarães

quinta-feira, 27 de março de 2008

Em breve... Em breve... MM



--Mamãe! Mamãe! Deus morreu!

--Não te preocupes, amanhã ele volta.



--Mãe, ele não voltou não...

--Não te preocupes, amanhã ou depois ele volta.




--Vovó, Deus vai voltar?

--Oh minha netinha...



Daniel Rodrigues Guimarães




Rosa: Calça-sob-escondido



O Rosa, de repente, se viu mais uma vez preso.

--Nem sabe ele, rosado, que as mulheres gostam das coisas aos avessos--



Daniel Rodrigues Guimarães


segunda-feira, 3 de março de 2008

Amanhã será guerra


Fale, e não diga.

Não possui o direito, não minta.

Venha e beije, não encoste.

Mate e viva, não o considere: o corte.

Pois amanhã será guerra,

Talvez, sem sangue azul,

Amarelo ou verde,

Pegue e congele, congela.

Não é verde: é vermelho.

Surpresa, presa do destino,

Sina, sina, sina.

Bate o sino gelado.

Desista, não omita,

Não cometa, sem conquista:

Aquele que negar uma ordem!


MAS...

Terá sua vez,

Sua guerra, suas mortes,

Sua mão, suas noites.

Mate-os! Corte-os!

Sina desejada!

Sorriso aguardado.

Vitória!

Vitória!

Marcas das pelejas.

Guerra.


Amanhã será guerra!

Brilham as almas.

Brilham aos pares:

“Amanhã será minha vez;

Que meu sangue sem cor

Se corrompa mais uma vez!

Porém, com o fervor do ataque:

Minha vingança não é doce,

É ácida!

Minha sanha, vontade de marcar

Novos simplórios!

Que continue o ciclo!

E eu ovárico!

De vingadores,

De cicatrizes,

De soldados:

Veteranos de guerra!”



Daniel Rodrigues Guimarães

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008


Duas maneiras de se comer o fruto desejado



Há duas maneiras
De se comer
a fruta desejada:

Retirá-la diretamente do pomar,
Limpá-la levemente,
Gentilmente;
Só então ai,
Com todo cuidado,
Sutilmente
Devorá-la calmamente,
à lépidas variações.


Ou

Recolher do chão
A fruta já caída,
Limpando-a discretamente,
Evitando, claro,
Devorá-la,
Sem antes pesquisá-la
Em todos os cantos
Todas as diagonais e curvas.
Só assim, desse modo,
Variando um pouco
De fruta a fruta,
Pode-se saciar completamente.



Há, porém, uma importante dica:

Se for recolhê-la diretamente,
Não se esqueça
De olhar para o solo
E seus nutrientes;
Averiguando
O que deves averiguar.

Se for caída no chão,
Não se lembre nunca
De olhar para as estrelas
Pois uma delas já caiu...
E agora está em suas mãos.



Daniel Rodrigues Guimarães

sábado, 16 de fevereiro de 2008




O lamento de um companheiro distante



A luz
ainda estava acesa.
Ligado, funcionando.

Veio cortante.
Nem cortou, a bala.
Mas matou.

Jogando jogadora estava
Dois jogos:
UM,
décima primeira fase
difícil, perigosa
desconcertante, nova.
DOIS, não se sabe
não se viu
mas permaneceu
intacto, ligado:
funcionando.

(Não sei explicar:
talvez seja uma dor de colega
alguma sensação de companheirismo
aquele lamento
por uma vida perdida.)

Que tragédia!
Morreu jogando no meio do caminho!
Não é normal.
Não é estatística.
Não se trata vidas assim...

UM, jogo parou.
DOIS, outro continuou.
DOIS, inevitavelmente parou.
(E a dor de desligar? E A DOR?!
Não o culpem.
Quem sabe ela morreu feliz,
jogando...)
E TRÊS, sempre continuou,
continuará:
Novos jogadores
Cenários mudados
Objetivos figurados...

(Que tragédia!
se {ela} estivesse assistindo novela,
Talvez não me sentiria tão mal assim!)



Daniel Rodrigues Guimarães


Pesâmes por uma companheira:



sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008



Mercê do Tempo



Braço sem tempo.
Livre pensamento.
Onde estará meu monumento?

Silêncio: hora marcada.
Horas? Horas? Horas?
Pulso sem pulso
Tempo: avulso!

Perdido alegre,
Ausente estribilho!

Tempo: vitupério.
Data: adultério.
Hora: inexorável morte humana irreversível da [contada fabula.
Marcada: minutos?

Ah! Quem não vê pensa: é rei.
Sabe: rei próprio, rei morto
Reposto.
Mesmo? Próprio?

Tempo não passa
Não mata
Não morre
Tempo é montanha
Estrada
Trilhos disformes.

Vós? Só viajantes...
Do Tempo.



Daniel Rodrigues Guimarães

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Há pessoas mancas











Há pessoas mancas
de uma duas três pernas.
Há muletas mancas
de uma duas três...pernas.


Há pessoas não-mancas.
Tais pessoas não usam muletas
Nem mancas.
Tais sabem:
não use muletas,
já que suas pernas são boas.














Daniel Rodrigues Guimarães

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

A melodia é vizinha...




Ela vem qualquer dia
hora e tempo.
Às vezes vem tardia,
precoce.
Ou não vem!
Ela que é minha vizinha de dentro
Mora e não mora
perto de mim.
Se vem? Que maravilha!
Mas não vem, nem toda vez...
Tal é a vizinha cordial!
E eu?
Anfitrião mal educado...
Ponto de vista?
Ah! Se vista!
Que vista! É (im)possível falar nada.
Mas se ela vem
é tudo alegria
tudo uma bela e única melodia!

(A casa é minha,
sou o anfitrião e quem entra é o convidado,
que às vezes nem é convidado,
mas que é sempre bem vindo.)



Daniel Rodrigues Guimarães

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008


Raiva de Jesus?


Raiva? Não...

Como sentir raiva verdadeira

de algo que nem existe mais?

Ou sequer nunca existiu?

Posso até sentir raiva,

uma outra raiva...

Daquelas que você sente do vilão

ou da madrasta que bate na criancinha

ou ainda do cara que estraga tudo.

Raiva de verdade? Não...

Só de mentirinha... Ficção...

Se for ter raiva é da crença!

Essa que existe até hoje.


Posso até ter raiva

da Emília do Sítio

por chamar a Nastácia

de negra beiçuda que assusta fadas...

Ou que é simplesmente cozinheira

e não deve saber de mais coisas...

Posso até ter!

Mas fazer o quê? Tá lá no livro!

Ficção! De época!


Ôh, Contexto! Contexto! Venha cá que não te culpo.

O seu tempo é seu e o meu é meu.

Sem ressentimentos...

Mas, só não venha dar opiniões!

Algo ali, algo aqui! Tudo bem!

Mas não venha encostando não!

Que seu tempo já passou!



Daniel Rodrigues Guimarães -- Não sinto raiva, sinto nada, essa só foi uma resposta para a pergunta: "Por que os ateus sentem raiva de Jesus?".

Aproveitando a ocasião e o "tema", um vídeo do Family Guy, mostrando os milagres de Jesus:


quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

A Abelha e a Flor

Vista de longe,

Como uma flor retorcida.

O transparente de seu mundo,

Nosso mundo;

Não nos deixa voar!


Minha sina, minha flor

Me fascina, meu calor!

Quem me dera uma rima

Deixar mais perto de ti o meu amor.



Fraco, mas denso...

Redoma de aflição.

Esse vidro infeliz (talvez)

Sorte dele não ter um coração.


Vôo em direção da luz.

A sina desejada, aquela que me conduz.

O meu Sol, minha Lua, as estrelas!

São astros longínquos...

Porém

--nem por isso—

Perdem suas belezas.



Daniel Rodrigues Guimarães


Pós-Iluminação



Morre... O Deus maior!

Morreu! Um mais Deus...

Deus?! Quem não elegeu...!

Here...ge! Não morreu!




Daniel Rodrigues Guimarães

sábado, 26 de janeiro de 2008

O Mara?


Amar omar, ómar!

Remar umar, ómar!

Imar emar rimar...

Comar domar remar.


Semar?

Namar, nomar dámar!

Amar omar, ómar!


Omar Quemar Semar rimar amar

Domar Semar Omar

Fomar semar Anmar temar

Domar Amar!?




Daniel Rodrigues Guimarães

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Voa Brasil!



Voa Brasil!

Sai de tua terra velha

Mil faces ela possui!


Voa Brasil!

Cria asas

E

Voa pelo espaço vazio.

Voa!

Penas marrons pretas brancas

Amarelas verdes rosas pretas

Azuis brancas

E verde-amarelas

Penas de cor!


Voa Brasilzão!

Cria asas

E, e, e

Mergulha no abismo do ouro

Nem preto branco negro

E nada com Z de tragédia!


Se sim...

O fundo te espera:

Tal é o lugar dos esquecidos.


Daniel Rodrigues Guimarães

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

A Morte no quinto ato


Morreu o individuo.

Misteriosamente, mas morreu.


Ingeriu a maça do Éden.

Vomitou o Éden,

Simplesmente

Desceu rasgando:

Comida crédula demais.


Em frente da praça;

Da caverna pontiaguda.

Oferecido foi o fruto;

Não!, (ainda), a fruta.


--Não caio!

Observo o chão com direito

E o céu com esquerdo.

Nunca,--...--, nunca mais

Ambos às estrelas!


--Por que não Gaia?!

Marte Júpiter...

Por que não Gaia?!

[Flashforward sexto!]

--Não, não obrigado.

Para mim agora

O A

É o primeiríssimo do alfabeto! Mui obrigado!

Daniel Rodrigues Guimarães








Dreams Murderer




Look at yourself (yourself)


Before kill me (Death)


Look at my dreams (things)


Breathe my blood (my)


I am dying (life)


You are lying.



In my face (your head)


You watch your death


Remember my fate (your destiny)


Someday


Someday…


Someday…


Some… day… (dead?)



Daniel Rodrigues Guimarães